Estaríamos vivendo numa batalha já perdida?

A constatação pode ser pessimista e chocante, mas a guerra contra o fim das raves no Brasil pode estar perdida já.



Pra ser sincero, eu odeio ser pessimista, mas as condições não me permitem soltar a imaginação e imaginar um futuro onde tudo será brilhante, com música eletrônica saindo da caixa direita e pessoas se divertindo como se não houve amanhã. E a cada dia que passa, um novo impacto negativo de alguma mente possivelmente perturbada e deturpada atravessa a tela da TV ou o monitor de um computador qualquer e cai no colo de pessoas que não tinham opinião, mas são contra depois disso. E isso sem saber contra o que, exatamente.
fim das raves no Brasil pode estar próximo de virar uma realidade. E todos nós sabemos disso, embora nossos esforços somados poderiam ser o suficiente se estivessemos em um país sério, com governantes preocupados com a população e onde o sensacionalismo barato não seja o que tenha a maior atenção das pessoas.

Você lembra disso? Engraçado, divertidinho ou trágico? Veja até o fim dessa vez! ;) 
Durante essa tarde, mais um incidente lamentável foi narrado de forma truculenta e sensacionalistapor ele, que já é conhecido por ter esse perfil. José Luiz Datena, que comanda um programa na Band, trouxe as casas das pessoas a triste história que eu, por puro descuido, não consegui acompanhar na íntegra. Mas algumas frases dele ecoaram pela casa e eu as ouvi e guardei. Segundo o homem, "não existe segurança que trabalhe em porta de rave que não deixe a droga passar. Porque, se ele fizer isso e reter qualquer substância ilícita na porta, ele não teria emprego". Sim, palavras dele. Ele foi além, é claro. Falou ainda que "pelas imagens, era possível ver pessoas se drogando de forma inconsequente, além de ter muitas brigas e pessoas se matando". (!!!)
Tudo isso nas palavras dele.
Na verdade, esse triste exemplo nem vem ao caso, em meio a tantos outros que já vivenciamos. É apenas mais alguém que tem uma visão parcial da cena querendo vender notícias a quem gosta desse tipo de manchete. O que me preocupa mesmo é uma outra coisa.
rave
Você sabe que vale a pena lutar por isso!
Não vou me prender ao fato comprovado de que em muitos outros lugares existe o consumo de drogas, todos estão cansados de saber. Também não vou me prender naquilo que alguns dizem que as drogas são um problema social e devem ser combatidas como um todo, não apenas fechando e não permitindo o funcionamento das raves. Todos sabemos como são essas coisas. O que me preocupa é a educação do Brasileiro. E contra isso, meus amigos, não temos armas para uma batalha em que possamos sair vencedores.
Pense direitinho: Você conhece uma parte dos integrantes desta nossa cena. E sabe que eles não são reconhecidos como as criaturas mais inteligentes do país (do mundo?!) tampouco costumam tomar decisões que não sejam equivocadas. E sabemos que, em muitos dos fatos relatados por jornalistas sensacionalistas, são esses os que estão envolvidos e são os protagonistas. Você sabe disso. Não sei se você já teve a oportunidade de tentar estabelecer um diálogo com alguns deles, eu já tentei. Muitas vezes. Sem sucesso. Eles não estão ali pra pensar, eles estão ali para causar. E claro, eles são um grupo de pessoas muito maior do que a minoria pensante e também estão em todos os lugares. Alguns deles, pasmem, são eleitos para cargos públicos com votos de outros iguais. É triste essa nossa realidade, mas você já sabe disso.
Então, talvez todo esse nosso movimento em busca de reconhecimento e por um lugar ao sol pela manhã, para ouvir um set de fullon tocando no talo, talvez tudo isso seja a segunda parte de um plano que resolveria a questão. É importante mostrarmos aos demais que nos importamosestamos informadostemos consequência de cada um de nossos atos e estamos aptos a lidar com qualquer complicação que venha disso, muito embora as complicações não sejam o resultado do que fazemos. Talvez a primeira parte dessa nossa batalha seja educar as pessoas. Talvez a primeira parte da nossa batalha seja ensinar a esses seres com menor capacidade intelectual que a vida é um pouco mais do que 12 horas ao sol, ouvindo música de boa qualidade, e que depois dessas 12 horas terão outras, onde teremos que trabalhar, estudar, viver... e que depois de alguns dias, se tudo der certo, teremos outras 12 horas novamente onde poderemos liberar todo esse estress que a vida cotidiana moderna proporciona.
Talvez, e apenas talvez, precisamos começar do começo. E somente depois de celebrarmos essa primeira vitória, a gente possa pensar em partir para esse segundo momento. Você sabe que é assim que devemos fazer, talvez não tenha se tocado apenas disso.
Faça a sua parte: ensine uma mente vazia que educação é importante. E que a diversão virá depois, mas apenas pra quem tirar nota azul. Ou um A. Ou um 10. Não sei como era a escola de vocês.
A questão que me persegue após tudo isso é apenas uma: Seria essa uma batalha perdida? Só depende de nós.


Fonte: Psicodelia.org

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