As caricaturas da cena eletrônica

Hoje eu estava lendo o Psicodelia.org como costumeiramente, me atualizando um pouco, e resolvi passear um pouco no site, descobri um post bem interessante a respeito das caricaturas que comumente vemos nas festas da cena eletrônica brasileira e por q não dizer, do mundo inteiro sim, esse foi um post de Rafael, da equipe do psicodelia.org, então ai vai um post na integra:

"Não sei quanto ao resto do mundo, mas no Brasil a cena eletrônica é composta de diversas tribos, como bem sabemos. Basta ir para uma festa que você certamente vai encontrar alguns tipos fáceis por lá: O bombatrancer (e seu par, a biscatrancer), o frito, o hippie, o perdido e muitos outros integrantes de diversas tribos. É bastante provável que você encontre algo similar pelas festas mundo afora. Se em uma festa qualquer podemos facilmente averiguar isso, porque sempre que alguém vai falar de alguma rave colocam uma pessoa caricaturada como personagem? Evidente que é mais fácil generalizar do que procurar entender, isso acontece o tempo todo com todo tipo de situação imaginável. Mas a algum tempo isso vem me incomodando um pouco. E eu queria falar sobre isso um pouco agora.

bombatrancer Crédito: Beto Vilela Por um lado, toda essa diversidade é positiva, já que ela inspira mais e mais pessoas e participarem dos eventos sem medo de topar por lá um grupo homogêneo de pessoas, todas fazendo as mesmas coisas, todas vestindo as mesmas roupas, todas tendo atitudes parecidas. Por outro lado, isso acaba confundindo as pessoas que não fazem questão de conhecer a cena ou aquelas que por qualquer motivo não têm oportunidade de conhecer a fundo e acabam utilizando apenas essas figuras ímpares como exemplo, que no final das contas existem em todos os lugares.



na rave Crédito: Beto Vilela Indo contra meu argumento, notamos que essa tendência de seres caricatos marcarem presença nos eventos é cada vez maior, o que me faz acreditar que o que falta no Brasil é aquilo que já estamos cansados de saber: educação. E digo isso pensando em cultura, não em gentileza. Eu, por exemplo, sempre fui muito metódico. Se descobria algo novo, procurava antes de mais nada buscar o máximo de informações que pudesse sobre aquilo. Não sou do tipo que entra no bonde querendo sentar na janela, não combina comigo. E saber que cada dia mais pessoas se aventuram a entrar num carro rumo a um sítio ou um lugar escondido no meio do mato para curtir uma festa sem sequer entender o porque daquela festa ser num lugar tão afastado é algo que me deixa desmotivado para tentar mudar isso, ta ficando impossível. Ai me pergunto: se eu antes de me aventurar a curtir uma festa procurei ler um pouco sobre a cultura e as motivações das raves, porque a galerê do barulho não poderia fazer o mesmo? Informação nunca é demais e poder celebrar algo mais que "uma baladinha com a galera" é sempre bacana, acredito. E é fato que toda vez que eu tento refletir sobre isso eu caio mais na real que no Brasil efetivamente nada da certo. É da cultura do brasileiro avacalhar, pilhar, tirar vantagem e ser melhor que seus compatriotas, e fazer isso a qualquer custo não é demais. Mas eu sonho sempre com um país onde as pessoas irão as festas sabendo o porque delas acontecerem longe das cidades, entenderem que por mais divertida que seja a droga, essa não deve ser a motivação única para o evento, onde as pessoas entendam e pratiquem o P.L.U.R e, acima de tudo, que a letra R dessa sigla seja uma verdade absoluta e não apenas uma excessão. A rave é mais que uma baladinha. Mas quem sabe um dia eles entendam..." 


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